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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Coisa que não se perde.





Ombro que ampara. Sorriso que se doa. Colo que conforta. Palavra que se tem. Amizade. Tem coisa mais bonita? 
Amizade pra dividir assunto, segredo, vida. Amizade que começa na infância, amizade que atravessa décadas, amizade colorida. 
Tenho amigos que fiz na escola, na faculdade, no endereço antigo. Amigos que conheci através de cartas, amigos da internet. 
Já confundi interesse com admiração. Já confundi amigo verdadeiro com amigo da onça. Já dei créditos demais a quem nem figuração merecia. Já quebrei muito a cara por confiar fácil e muito. E por abrir as portas de casa e do coração a quem quisesse entrar. 
Mas o tempo, esse imprevisível senhor, descortina, ensina, explica e corrige tudo, ainda bem. 
Hoje não. Hoje a reciprocidade é meu parâmetro. Hoje o cuidado, muito mais que o sorriso aberto - fácil e gratuito - é meu critério. Hoje prefiro ser conquistada. Aos meus leais amigos, dedico linhas, sorrisos, abraços, afeto e dias.  
Infelizmente acontece com todo mundo: o correr das horas e as ofensivas imediaticidades não permitem a presença como em outros tempos. Mas amizade é isso. Perdoar e ser perdoada pela correria cotidiana impedir a frequência, a constância de amigos por perto. 
Mas, por favor. Não vamos confundir ausência com indiferença. Não vamos justificar abandono com falta de tempo. 
Amizade é pra ser usada e não guardada na gaveta das boas lembranças. A boa amizade é pra ser prezada, gasta e compartilhada. Perto ou longe. Afinal, alegar impossibilidade de contato em tempos de meios instantâneos de comunicação é, no mínimo, cara de pau. 
Dentre as coisas mais verdadeiras que sempre leio e assino embaixo estão as concepções de que, quem ama cuida e quem quer, dá um jeito. Nisso, cabem cartas e e-mails pra encurtar distâncias, mensagens e telefonemas pra romper silêncios, e sempre que possível, encontros pra amenizar saudades.  
É isso. A gente até pode perder o amigo de vista, mas há de se dar um jeitinho vez ou outra, que seja. Porque amizade é coisa que não se perde.  
Erros e tropeços também cabem aqui. Como em toda e qualquer relação humana. E cabe também o refazer. Para tanto, a importância que cada um faz e dá a nossa vida, ditará quem permanece. E pra isso, não há disfarces, não há desculpas, não há emoções genéricas que substituam o sentimento.  
Também não há receitas. Pra amizade verdadeira só há uma recomendação: depois de cativar, cultive.


         Blog Papel, palavra, coração
         Yohana Sanfer

quinta-feira, 14 de junho de 2012

"La vie"

"Por isso, por tudo isso, não canso de brindar a vida. Dela quero a festa toda a que tenho direito: buscas, chegadas, erros, aprendizados, lágrimas, vitórias, pôr-do sol, encontros, curativos e refazer... Exalto o riso, o sossego, a reciprocidade, o colorido, o peito aberto. Dispenso os medos, as metades, o vazio, a insegurança. Por isso hoje te digo, não me venha com quases, não me venha com nuncas ou vestígios de talvez.
Não venha com pseudo- qualquer coisa e emoções genéricas.
Venha com sins e sabores de infinito. Venha com beijos, flores, palavras e margaritas. Venha com um móbile de estrelas, cheiro de canela ou baunilha, pés descalços, uma saia colorida pra rodar, poesia na parede e no viver, vontade e disposição pra sentir e um antídoto pros dias cinzas.
Porque hoje é o meu dia. Mais um dia e um ano de vida. Hoje eu quero um dia leve, de seriedades breves e bobagens in-ter-mi-ná-veis."
 











Yohana Sanfer

Sou...



"Sou pessoa de dentro pra fora. Minha beleza está na minha essência e no meu caráter. Acredito em sonhos, não em utopia. Mas quando sonho, sonho alto. Estou aqui é pra viver, cair, aprender, levantar e seguir em frente. Sou isso hoje... Amanhã, já me reinventei. Reinvento-me sempre que a vida pede um pouco mais de mim. Sou complexa, sou mistura, sou mulher com cara de menina... E vice-versa. Me perco, me procuro e me acho. E quando necessário, enlouqueço e deixo rolar... Não me dôo pela metade, não sou tua meio amiga nem teu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada. Não suporto meio termos. Sou boba, mas não sou burra. Ingênua, mas não santa. Sou pessoa de riso fácil... E choro também!"
 
 
Tati B.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Liberdade na vida!!


Liberdade na vida é ter um amor pra se prender.
A gente reclama muito da dependência, mas como é maravilhosa a dependência, confiar no outro, confiar no outro a ponto de não somente repartir a memória, mas repartir as fantasias.

Confiar no outro a ponto de esquecer quem se foi assim que o outro esteja junto, é talvez chegar em casa e contar seu dia e só sentir que teve um dia quando a gente conta como foi. É como se o ouvido da outra pessoa fosse nossos olhos.

Amar é uma confissão.
Amar é justamente quando um sussurro funciona melhor que um grito.
Amar é não ter vergonha de nossas dúvidas, é falar uma bobagem e ainda se sentir importante. É lavar louça e nunca estar sozinho.
É arrumar a cama e nunca estar sozinho.
É aquela vontade danada de andar de mãos dadas durante o dia e de pés dados durante a noite.

[Fabrício Carpinejar]

Sobre o amor...

"Espalhe que o amor não é banal.
E que, embora estejam distorcendo o sentido verdadeiro dele nos tempos modernos de hoje, ele existe e é o ingrediente mais importante da vida,
a própria poção mágica da felicidade."

[Mário Quintana]

:)


"E para a sua vida... Desejo tempestades de felicidades capazes de curar maldades e transformar sonhos em realidades..."

[Ana Azevedo]

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Mulher de fases...


Se eu fosse escrever a minha biografia ela seria assim:
Caminho do stress a alegria com razoável facilidade, embora goste de bicicleta e vou de trem nos problemas. Não me deito sem esperança.
Viajo com Clarice Lispector, entretanto me assuste com as suas verdades. Queria ser a versão feminina de Gabito Nunes. Coisas simples me encantam, mas não sou lá muito simples. Dependendo da situação, falo rápido e resolvo mais rápido ainda as dificuldades. Sou esquisita e gosto de ficar sozinha. De modo geral sou às vezes falante, as vezes silenciosa. Não me afino com multidão, mas sou capaz de ficar em uma fila cheinha de gente para fazer uma ação solidária. Tenho memória ruim para algumas coisas, tipo: esqueço os nomes, as situações, nunca. Não vivo sem uma música, mas não gosto de qualquer melodia e sou capaz de citar uma música para cada época de minha vida. Sou notívaga. À noite tudo me deslumbra. Já me apaixonei várias vezes por Woody Allen e ele nunca soube, também morri de amores por Mel Gibson e convidaria para jantar: Keanu Reaves, George Cloone, Bryan Adams, embora eu ache que eles não iriam aceitar.
Tenho minhas neuras que a análise não resolveu porque cansei de ficar deitada falando para alguém que me dizia: já que falou o problema, agora temos a questão. Entendi que eu não ia melhorar sem ter que estudar Matemática, e sou ruim a beça em cálculos porque meu negócio é emoção.
Já magoei pessoas que amo e perdi algumas pela minha pressa em dizer as coisas. Tenho um espírito místico, mas não sigo doutrinas. Gosto do conforto, que para mim é bem diferente de luxo e ostentação. Conforto é um chinelão, uma camiseta larga, uma cama limpinha, um trabalho que me dê prazer. Adoro hortas, mas nunca plantei um pé de alface por pura displicência.
Amo o Teatro Mágico, Los Hermanos, gostava de Terça Insana. Tenho medo de palhaço porque acho que todos são tristes e a tristeza me amedronta.
Queria concluir meus cursos de línguas que comecei tantas vezes. Um dia ainda faço, mas meu inglês supera o I love you, meu italiano só compreende meia dúzia do que canta Andrea Bocelli e gostava de estudar alemão por causa do ruivo professor.
Tenho restrição a sujeitos melosos, conquistadores, orgulhosos e sem noção. Sou suavemente sarcástica (essa foi boa). A primeira vista não consigo esbanjar simpatia, embora eu seja uma pessoa afetuosa. Queria adotar uma menina, mas não iria à África como muitas celebridades, porque por onde ando já vejo muita gente pequenina precisando de um lar. Gosto do meu canto, sou apegada as minhas coisas, mas partilho com facilidade. Gosto de velas ,cheiros, incenso, o que não tem a ver com religiosidade.
Choro melhor sozinha, choro sem motivo e com motivo. Não tenho preguiça.
Tenho muitos defeitos, às vezes me antecipo nas coisas e me ferro sempre. Falo sozinha. Faço caretas para o espelho. Sou viciada em leitura e cinema. Gosto de humor refinado. Adoro rir. Leio crônicas. Gosto de filmes de guerra. Choro em filmes. Preciso continuar minha terapia e já falei sobre isso no parágrafo anterior. Tenho mil projetos e alguns mirabolantes. Fico com raiva de não concluir as coisas. Amo mais do que devia e o pior, quando amo, perco a razão, o rumo, o prumo. Se cozinhar bem fosse sinônimo de arrumar marido, eu tinha alguns pretendentes (Lê-se; adoro cozinhar), mas acho que cozinho bem. Gosto do espírito de criatividade e ouso em algumas coisas.
Gosto de homens elegantes, sensíveis e inteligentes. Tenho medo de sair sozinha a noite. Tenho medo de assalto. Sou desastrada. Tenho histórias hilárias. Sou engraçada. Preciso de alguém que me entenda. Tenho poucos amigos, mas fiéis amigos porque costumo conservar minhas amizades. Sou apaixonada por conversas, mas com pouca gente. Não me acho uma pessoa encantadora. Gosto da internet, mas tenho medo dos malucos que andam na rede. Adoro surpreender alguém especial. Tem dias não gosto de telefone e preferia que eles não existissem, outros dias, durmo com os meus ligados.
Perdi pessoas que amava e demorei aceitar. O passado às vezes me faz sofrer. Acho ruim “quando as coisas acabam”. Já quis um amor do meu jeito até que compreendi que cada pessoa é única, deixei então de sonhar. Não compreendo a morte. Amo até não me agüentar. Preciso ser conquistada. Não gosto de cobranças. Sou observadora. Escrevo sempre. Continuo achando que o medo afasta as pessoas umas das outras. Acredito que ser a gente mesmo, é muito difícil e nem todo mundo aceita. Penso que nos reinventamos com as experiências e que atingir maturidade e espiritualidade, é nosso maior objetivo. Tenho certeza absoluta de que relacionamentos é uma coisa mágica que Deus colocou para aproximar os homens. Creio piamente que o “ser humano” é a maior invenção divina.
O que sobra de mim, para o poeta é sonho, para a filosofia, utopia.
Ita Portugal 

Ilustrações: Alice M. L

terça-feira, 5 de junho de 2012

Há 3 coisas...


A IMPONTUALIDADE DO AMOR



Você está sozinho. Você e a torcida do Flamengo. Em frente a tevê, devora dois pacotes de Doritos enquanto espera o telefone tocar. Bem que podia ser hoje, bem que podia ser agora, um amor novinho em folha.

Trimmm! É sua mãe, quem mais poderia ser? Amor nenhum faz chamadas por telepatia. Amor não atende com hora marcada. Ele pode chegar antes do esperado e encontrar você numa fase galinha, sem disposição para relacionamentos sérios. Ele passa batido e você nem aí. Ou pode chegar tarde demais e encontrar você desiludido da vida, desconfiado, cheio de olheiras. O amor dá meia-volta, volver. Por que o amor nunca chega na hora certa?

Agora, por exemplo, que você está de banho tomado e camisa jeans. Agora que você está empregado, lavou o carro e está com grana para um cinema. Agora que você pintou o apartamento, ganhou um porta-retrato e começou a gostar de jazz. Agora que você está com o coração às moscas e morrendo de frio.

O amor aparece quando menos se espera e de onde menos se imagina. Você passa uma festa inteira hipnotizado por alguém que nem lhe enxerga, e mal repara em outro alguém que só tem olhos pra você. Ou então fica arrasado porque não foi pra praia no final de semana. Toda a sua turma está lá, azarando-se uns aos outros. Sentindo-se um ET perdido na cidade grande, você busca refúgio numa locadora de vídeo, sem prever que ali mesmo, na locadora, irá encontrar a pessoa que dará sentido a sua vida. O amor é que nem tesourinha de unhas, nunca está onde a gente pensa.

O jeito é direcionar o radar para norte, sul, leste e oeste. Seu amor pode estar no corredor de um supermercado, pode estar impaciente na fila de um banco, pode estar pechinchando numa livraria, pode estar cantarolando sozinho dentro de um carro. Pode estar aqui mesmo, no computador, dando o maior mole. O amor está em todos os lugares, você que não procura direito.

A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir "eu te amo" num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir "eu te amo" numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.



Martha Medeiros

Essência!

"Descobriu que as pessoas não mudam, ela não mudou. Continuava ciumenta, teimosa, encrenqueira e sabia ser doce, contar histórias, inventar personagens, mudar as lentes da realidade em busca do cenário do sonho.
Sabia quem era, mulher, mãe, amiga, amante, cigana e outras tantas. Sentia saudade do cheiro da verdade, daqueles que dizem o que pensam, mas principalmente daqueles que não fazem a menor idéia para onde estão indo, por não possuírem a arrogância dos que sabem tudo. Preferiu deixar suas gavetas internas bagunçadas, era assim que se achava."

 
 
 
Renata Fagundes e Ju Fuzetto
 
 
 
 
 
 
 

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Quem se importa?



A verdade é que eu me importo. Me importo com coisas sem importância. Me importo com verdades, com a aspereza do mundo e com as miudezas que o sentir embala na minha vida.
Construo meu mundo para aconchegar quem dentro dele aguentar ficar. Recebo os convidados desta dança chamada Vida. Sei dos percalços, dos dramas e melodramas desta gente toda que nunca se cansa de acreditar. E respiro, inspiro.
Crio uma esfera de certezas que se misturam com a esperança desta gente que ainda se importa. Crio laços, me converto em abraços.
Me importo com cada sorriso que ficou preso na incerteza da rotina comum. Porque em cada rosto encontro um pedaço de história, em cada gesto simples descubro um motivo, um recomeço. É por isso que não existe nada que me faça desistir de sentir. Sinto tanto, o desconforto dessa gente que por engano deixou de sentir.
E, ainda, me importo. sem nenhuma pressa, só por cuspir verdades demais. 




(JF)